sexta-feira, 11 de abril de 2008

EUROPAN 9 (Parte III)


"(...) Tenta-se nesta proposta explorar uma hipotética forte relação das famílias com o sítio em que vivem, com a terra, sendo que algumas destas famílias mantêm hortas que ajudam ao seu sustento. Pretende-se também fazer uma transição “amável” entre o presente e o futuro deste território que é hoje formado por quintas e que se pretende integrar na cidade de Odivelas. A nossa proposta pretende, dentro dos parâmetros do PDM em Vigor - em que se estipula que a altura máxima dos edifícios é de 4 alturas incluída a Planta de Rés do Chão – deixar livre de edificação e portanto permeável tanto terreno quanto possível, desenvolvendo-se o conjunto do PER integrado num parque urbano que se adapta ao declive do terreno, poupando por conseguinte em movimentos de terra.

A vegetação que forma este “bosque” estaria plantada de forma informal nos espaços livres de edificação e subiria pelas fachadas dos edifícios. Para que isto possa acontecer, monta-se uma malha metálica sobre as fachadas laterais dos edifícios que facilitaria a ocupação da fachada por plantas trepadeiras. Estas seriam de tipo caduco nas fachadas de orientação a Sul e perenes no lado norte dos edifícios, de forma a contribuir para um melhor desempenho destas a nível térmico. Estas malhas servem também como elemento de ornamentação das fachadas, que são muito espartanas e de grande regularidade, enquanto estas não estejam cobertas de vegetação. Esta malha seria mais densa nas zonas onde interessa que haja mais vegetação. Assim, diante dos vãos, a malha será menos densa para impedir a invasão destes pela vegetação.




(...) A relação com a envolvente traslada-se também ao interior das habitações. Aqui pretendeu-se criar uma permeabilidade entre as duas fachadas, ocupando cada apartamento toda a profundidade do edifício, podendo essa relação entre ambas fachadas perceber-se nas zonas de estar dos apartamentos – cozinhas, salas e varandas. Estas varandas, dispõem-se nas fachadas orientadas a Sul, têm uma área generosa e funcionam como espaço de descompressão das casas. A ideia é que estas varandas se utilizam como hortas e/ou jardins, em altura, que dão também apoio à cozinha, podendo ser utilizados para comer ou para estender roupa. Num quadro de crescimento das famílias estes pátios, verdadeira alma das casas, poderiam ser transformados em quartos mediante o fecho da fachada com uma estrutura pensada para esse efeito que não distorsione o conjunto. Consegue-se assim uma continuidade entre o interior e o exterior, nomeadamente com a fachada.

(...) Entre estes edificios organizam-se praças com distinto carácter onde se montariam infra-estruturas, apoiadas nos topos dos edifícios, para a prática de desportos urbanos, como o skate, o street -basket ou a escalada.





Pretende-se que com o passar do tempo estes edifícios fiquem cada vez mais dissimulados entre a vegetação deste parque urbano. Edifícios, parque, praças e os caminhos pedonais de acesso aos edifícios, formam um conjunto em que as partes se complementam na a criação de um ecossistema urbano em contacto com a natureza - saudável e sustentável."

Sem comentários: